A arca do não é
Perante o dilúvio de gente aflita que, desesperadamente, quer ser força viva para, à viva força, tratar da bicharada, resolvi construir uma arca só para mim, para, sem eleições, prescrições e outras limitações, me continuar a safar.
Queiram ou não queiram, vou, e se calhar para todo o sempre, prosseguir a minha carreira de autarca.
Não levo comigo corvos nem pombas para saber onde estou e como vão os tempos. Apenas levo meia dúzia de gatos vadios, tudo malta fiel de bem comprovada confiança, e lá iremos nós por esses mares fora, sem remos, sem velas e sem leme, ao sabor das águas e ao dispor dos ventos.
Num Ararate qualquer encalharemos e por lá vamos ficar até que outro dilúvio nos possa vir a desencalhar e, para nossa maior felicidade, nos leve para outro lugar sem nuvens que fique ainda mais inacessível e distante daqui.
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Vinham aí mais umas Eleições Autárquicas, as de 2013.