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A parábola de Louçã

Um destes dias, Louçã, no congresso do seu partido, em dada altura ilustrou o seu discurso anti-capitalista com duas caixas de cartão, onde, numa, se metiam dois coelhos (o trabalho) e, noutra, duas notas de banco (o capital).

 

Os coelhos (um “casal”, acrescentou ele ainda a tempo com um velado sorriso nos lábios), metidos na sua caixa, iriam reproduzir-se fartamente devido ao seu permanente esforço reprodutivo, coisa em que os coelhos são mestres de bem reputada fama.

 

As duas ociosas notas de banco, por sua vez, apesar de estarem sempre uma pousada em cima da outra, numa estimulante posição horizontal, nada procriariam por nada se esforçarem para aumentar o seu valor.

 

Sugiro a Louçã que quando vier defender, como sempre, acaloradamente, (razão por que nunca usa gravata), o casamento entre pombos homossexuais, tome cuidado com os exemplos que vai arranjar.

 

Alerto-o para que não traga, repito e sublinho, não traga, consigo duas caixas; uma com um par de pombas lésbicas taradas e outra com um parzinho de pombos “gays” terrivelmente apaixonados, nelas encerrados, vá lá, (para dar tempo a um bem sucedido choco), há umas, não sei bem quantas, semanas.

 

Louçã iria ficar surpreso ao ver que, em qualquer das caixas, fora completamente nulo o valor acrescentado, por mais esforçado e esgotante que, no seu interior, tivesse sido o trabalho e a lufa-lufa dos “casais”.      

 

 

 

 

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Foi isto num congresso do Bloco de Esquerda, realizado em Fevereiro de 2009

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