Avaliados e avaliadores

Em Dezembro passado, os candidatos a professor tiveram que passar pelo crivo das “Provas de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades”.

Sou um dos passados alunos que defendem que se façam avaliações, muito especialmente nesta área basilar, a da educação, onde há que escolher cuidadosamente gente que saiba bem a matéria que lhe compete ensinar e, não menos importante, o modo como o deve fazer.

Nestas tais provas do passado Dezembro, os incautos candidatos foram rasteirados, é este o adequado termo. Uma das perguntas, em que só 21,1% deles conseguiu acertar no quadradinho com a sua vacilante cruzinha, era terrivelmente indigesta, tendo certamente sido sacada pelos avaliadores duma qualquer separata publicada num qualquer jornal desportivo onde, como é bem de esperar, impera o futebol e onde pouco de esperar é por lá ver sudokus acima da média, palavras cruzadas das nada fáceis e até mesmo outros passatempos ligeiros, como é a salutar sopa de letras que não faz mal a ninguém e até ajuda a digestão.

Dito isto, e já com esta minha azia a arreliar-me, permitam-me que eu continue a avaliar, usando sempre o divertido método da cruzinha, estes e outros astutos avaliadores.

*** A tal pergunta era assim:

" O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol. Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar:

(a) que o número de diferentes jogadores suplentes é inferior ao número de jogadores efectivos;

(b) superior ao número de grupos diferentes de jogaqdores efectivos;

(d) não se relaciona com o número de grupos diferentes de jogadores efectivos?"

Fiquei atrapalhado e, francamente, ainda hoje, (por evidente falta de dados), não sei responder:

1) e se o jogo fosse de râguebi?

2) e em que banco ficavam os 6 suplentes: no BPI, na CGD, ou no BES?

3) e se eles se fossem sentar no BPP? Ou no BPN?

4) ...

Dizem-me amigos, grandes especialistas de Futebol (de 11), que logo fui consultar, que a resposta certa era a (c).

Para tirar as teimas, vou mas é perguntar ao Mourinho.

Não, não vou!

É muito mais fácil e, como não tenho qualquer critério que restrinja a minha escolha, vou mas é mandá-los todos à merda.