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Lá virá o tempo

 

Li no Público que “em Portugal, as mulheres, os idosos e os empregados com rendimentos baixos têm maior risco de desenvolverem uma doença mental do que nos onze países europeus onde houve recolha de dados”.


Alarmei-me e, sem o poder reprimir, soltei um grito desesperado que se infiltrou e ecoou por todo o prédio em que moro, e onde, de todo o lado e a toda a hora, se ouvem berros lancinantes semelhantes àquele por mim soltado.


Juntei àquela preocupante notícia alguns dos mais destacados e perturbantes acontecimentos, hoje tão em voga, como são o caso da EDP/ Iberdrola, o acaso da Ota e o atraso do TGV e meditei, e voltei a meditar.


Sabiamente, e com a mais sentida amargura, concluí:

Portugal está em risco de ser um país de gente maioritariamente afectada mentalmente, para não dizer, mais claramente com as letras todas, um país de gente quase toda ela doida muito bem varrida.

 

Para verem como cheguei a tal conclusão, apreciem e analisem os citados casos de maior risco.

Primeiro, temos bastantes mais mulheres que homens.

Segundo, a nossa população (homens e mulheres) está a envelhecer.

Terceiro, os empregados (também homens e mulheres) com rendimentos baixos é a maioria esmagadora da população, não contando com o vergonhoso número dos sem quaisquer rendimentos que, para infortúnio deles e também para incómodo e desgraça de todos, não pára de crescer. 

 

Não sei se foi inteiramente correcto o meu raciocínio. Por isso me penitencio e permito que, dentro das normas da boa sanidade mental, me chamem o que quiserem. Mas, por caridade, não me venham eufemisticamente dizer que estou mentalmente afectado.


 Lá virá o tempo!
 

 

 

***

    Não foram publicadas algumas partes deste texto. 

   Nesta muito posterior revisão, peço muita desculpa mas não sei dizer quais são.

   Cá me chegou o tempo?

 

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