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Ler faz bem

 

Desde Janeiro que ando a mastigar um livro, com apenas oitenta e seis páginas, dum conhecido autor muito lido e já várias vezes laureado.  

Ofereceu-mo, no passado Natal, já lá vai quase um ano, um amigo que já nem se deve lembrar da grande partida que me fez.

 

Apesar de pequeno e de letra gorda, digam-me o que disserem, exibam os prémios que tenham para exibir, o livro é terrivelmente maçudo e intragável, como se fosse um acórdão de um qualquer tribunal.

 

Vou na página oitenta e dois e ainda não sei do que se está a tratar, mas, custe o que custar, tenho de chegar ao fim, só para ver como aquela coisa vai acabar. 

      

O meu filho mais novo, que muito adora ler, apareceu-me, ontem, em casa com um enorme calhamaço, exactamente com setecentas e dezassete  páginas, acabadinho de sair! Com a minha habitual curiosidade, folhei-o displicentemente para logo, entusiasmado, o começar a ler sem mais conseguir parar.

 

Trata-se de uma história bastante sórdida, cheia de cenas escabrosas com muito lixo espalhado pelo meio, (coisas que francamente detesto), mas plena de peripécias cheias de humor de todas as espessuras que me enchem as medidas e provocam a descarga, até ao nível zero, de todas as tensões que tenho acumuladas.

 

Para mim, o livro, que, mais que certo, já está a ser um “best seller”, só peca num ponto: ao fim de poucas páginas, já sabemos como tudo vai acabar.

 

Mesmo assim, estou a gostar imenso, pelo muito que me faz rir e pelo bem que me está a fazer.   

 

 

 

 

***

 

Alguém me chamou à atenção para as flagrantes semelhanças existentes entre o que acima escrevi e o caso real de Fátima Felgueiras, Presidente da Câmara Municipal de (copy - paste ) Felgueiras.

 

Embora algo possa haver que assim faça pensar, apenas uma série de coincidências muito estranhas, e que francamente não consigo explicar , pode ter ocorrido. 

 

Felizmente que o Acórdão do 2.º Juízo do Tribunal de Felgueiras que julgou a referida senhora tem setecentas e dezoito páginas e não as setecentas e dezassete que são citadas nesta minha crónica. 

 

Olhem no que eu me podia ir meter! 

 

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