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Miserere nobis!

 

Estamos cansados de ouvir vãs promessas, de engolir grossas mentiras, de saber tão escabrosos escândalos, de assistir à mais insolente corrupção, de admirar tanta falácia, de viver no meio da mais sórdida podridão, de nos espantarmos com tão grandes descaramentos, de assistir às mais elevadas vilanias, de escutar as mais torpes calúnias e de nos aterrorizarmos ao ver tudo acabar na mais piedosa das impunidades.

 

Já nos enjoa ver as mesmas caras, arrepia-nos ver surgir os novos clones, aturdem-nos os mesmos discursos, vomitamos o anunciar de mudanças, odiamos que nos venham com promessas, já não suportamos ouvir falar em paz e já confundimos o verdadeiro significado da palavra liberdade.

 

Não queremos mais ouvir falar na esquerda, não nos venham martelar com a direita, nem se encolham, expectantes como famintos predadores, no confortável centro.

 

Estamos exaustos, queremos repousar para tomar um pouco de fôlego. Tenham piedade de nós!

 

Pela vergonha que ainda vos possa restar, por que não se calam todos, por um curto tempo que seja, e fazem ou deixam fazer, silenciosamente sem alardes, alguma coisa que se veja para que possamos descansar um pouco, encurtando estas longas e terríveis insónias cheias de pesadelos horríveis que há muito não nos deixam pegar no vazio sereno do mais pequenino e relaxante dos sonos?

 

 

***

      A política em 2004, .......

 

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