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Onde é que você estava antes do Big Bang

 

O ser humano, julgando-se o ente mais inteligente deste Universo onde vivemos, quer à viva força explicar coisas que estão fora do seu alcance.

 

Todos os cientistas deste nosso minúsculo planeta, por mais brilhantes que sejam as suas mentes, enfrentam-se sempre com a enigmática origem das coisas e, se querem continuar a avançar nos seus raciocínios, têm, cientificamente, de limitar-se a analisá-las tal como elas são, esquecendo a razão por que elas existem. Quanto mais a ciência avança, mais profundas são as interrogações de toda a ordem que se lhes apresentam.

 

Haverá algures, quase podia jurá-lo, num dos outros milhões de planetas que connosco se passeiam por este tão misterioso e bem organizado Universo, seres mais inteligentes e avançados do que nós que possam ter respostas para muitas destas nossas eternas dúvidas terrestres.

 

O ser humano, afirmo-o com a minha mais descarada das ignorâncias, nunca há-de vir a compreender o que é o aterrador vazio total, nem o que está para além do não menos apavorante infinito que, ainda para mais e a cada momento, mais se vai afastando de nós.

 

Saramago está no seu pleno direito de ser herege, (coisa que parece ignorar), e pode, como bem sabe, escrever livremente os livros que quiser. O que Saramago não deve, mesmo que possa ter esse direito, é ofender outros colegas seus de escrita, por mais que discorde daquilo que a estes, muito bem ou muito mal, lhes apeteceu escrever.   

 

 

***

Até hoje, só consegui ler uma obra de Saramago até ao fim. Não ajuda o facto de ele ser um repelente estalinista, com óptimas provas dadas logo após a Revolução de 1974 no jornal onde trabalhava, o Diário de Notícias.

 

 

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