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À procura das palavras

Um destes dias, um amigo perguntou-me se eu tinha deixado de escrever para o PÚBLICO, como durante muito tempo o fiz. A pergunta já por outros me tinha sido posta, pelo que logo de pronto pude disparar que não andava com vontade, que já não tinha pachorra, que me tinha cansado, etc. etc.

 

Eis que, nada sorrateiro, e até bastante anunciado e ruidoso para o meu gosto e desgaste natural, chegou um novo ano. Em jeito de balanço, fiz a mim próprio perguntas para me ajudarem a responder mais ajustadamente àquela que os outros, aqui e ali, me andam a fazer.

 

Não havia motivos? Havia.

 

Tudo corria bem? Não.

 

Andava preocupado? Muito.

 

Não andava inspirado?

 

Aqui, parei para pensar um bom bocado. Pensei nos filhos, pensei nos netos e, sem sequer ter pensado na morte que ronda por aí, estive um tempo a pensar na vida que ainda é minha e na dos outros que, à minha volta, cada vez com mais dificuldades e crescente desespero, andam a lidar com a sua. Aqui, desisti de pensar mais.

 

Onde estão as palavras para que eu, a mim próprio, possa responder?

 

 

 

 

 ***

             Portugal e a Europa à deriva. E o Mundo também!

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