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Portugal entre os melhores

 

A organização “Transparência Internacional” vem, entre outras coisas, fazendo anualmente relatórios sobre a pandemia de corrupção que invadiu o globo. A corrupção é a regra e, como agora diz o povo, não há regra sem corrupção.


    Portugal está de parabéns porque, no relatório de 2005, aparece num pomposo, mas não honroso, 26º lugar entre os 129 países do mundo onde foi possível fazer um estudo com certa fiabilidade.


    Para melhor se poder apreciar a nossa invejável, mas não desejável, posição convém dizer que nos três últimos lugares ficaram o Turquemenistão, o Chade e o Bangladesh, onde, como nos outros 126 países onde estamos incluídos, ainda foi possível colher dados de razoável confiança.


    Neste nosso mundo que tem cerca de 190 países, em 60 deles a coisa é tão séria, tão séria, que fazer tal avaliação tornou-se coisa impossível. Neles, os níveis de podridão são de tal forma elevados e os seus meandros tão tortuosos que nem sequer é possível encontrar um número suficiente de gente sã apta a fornecer dados que ofereçam um mínimo de confiança para poderem ser trabalhados pelos analistas daquela, ou outra, organização.


    Agora, com toda a honestidade que ainda me resta, vos digo: deve ser uma grandessíssima seca viver em países como a Islândia, a Finlândia e a Nova Zelândia que, embora levemente tocados pela moléstia, subiram ao pódio da honradez e alcançaram os três primeiros lugares, sem que ninguém lhes batesse umas palmas hipócritas, regasse com Champanhe contrafeito ou pendurasse uma medalha do mais reles pechisbeque!

 Insípido, não é?

 

 

 

***  Pouco tempo depois, em 2008, a Islândia foi à falência.

      Alguém percebe alguma coisa disto?  Eu não.

 

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