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Rir vai fazer-nos bem

 

A revista "Science", num estudo que acaba de publicar, concluiu que os portugueses são o povo mais triste e carrancudo de toda a Europa, onde, pelos vistos, grassa uma alegria contagiante que vai crescendo com a latitude do lugar.

Quanto mais para norte, mais alegres parecem ser as gentes o que me faz imaginar que lá no topo, junto ao círculo polar árctico, no Alasca, na Gronelândia e no Norte do Canadá, os esquimós, dentro dos seus aconchegados iglôs e, cá fora, a pé ou de trenó, andam sempre todos derretidos com um sorriso quente e aberto, muitas vezes soltando ruidosas gargalhadas com as anedotas peludas que contam entre si, amparados nas grossas paredes de gelo.

A América Latina, segundo a mesma revista, parece ser o local do globo onde as gentes aparentam ser mais felizes, o que me faz pensar que aí já se aplique uma outra lei de felicidade, simétrica da europeia, esta certamente influenciada pelo Antárctico, onde os tão cerimoniosos e aparentemente sisudos pinguins se devem rir como doidos.

Não sei como chegaram àquelas conclusões, mas basta o nome e renome da referida publicação para eu aceitar os resultados quase sem reservas.

Mais uma vez, numa coisa vamos em primeiro, ou, se se quiser, em último lugar. Mas desta vez, muito pelo contrário, não temos motivos para nos sentirmos deprimidos nem estarmos preocupados.

É reconhecido que rir faz bem. Também se diz que muito riso é sinal de pouco siso. Afirma-se igualmente que ri melhor quem ri no fim. E como isto há-de ter inevitavelmente um fim, fico ansioso que ele chegue a tempo de eu comprar o número especial que a "Science" vai publicar apenas dedicado ao hilariante povo português.

 

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