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Todo o cuidado é pouco

 

Nunca cuidei que um dia viesse a ter de escrever para o Público com tanto cuidado. Até hoje, descuidadamente, sempre assim tenho feito e bem cuidava que, sempre descuidadamente, assim poderia continuar a poder fazer. Cá para mim, cuido eu que bem descuidados vão os tempos para os que bem de si sabem cuidar; os outros, os descuidados, que se cuidem e não cuidem que algum cuidadoso, algum dia, deles venha cuidar. E, como todo o cuidado é pouco, cuidadosamente, por aqui me fico.

 

 

 

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Num artigo que o Dr. Mário Soares, nosso ex-Presidente da República e actual membro do Conselho de Estado, escreveu no Diário de Notícias, questionou os motivos da detenção do Eng.º José Sócrates, nosso ainda muito mal conhecido ex-primeiro-ministro, no Estabelecimento Prisional de Évora.

Depois de criticar, sempre indignado e muito azedamente, as decisões “erradas” do juiz de instrução criminal, a terminar, disse só isto: 

 " E o juiz Carlos Alexandre que se cuide…”

 

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Quase podia jurar que, estando o Dr. Mário Soares em Évora, logo, logo  pensou ir confortar-se no seu bem conhecido “Fialho”. Ou, então, se era cedo e o apetite ainda não muito o apoquentava, agora bastante calmo e sereno, logo ordenou que o levassem a Estremoz, que fica, ali muito pertinho, a uns tranquilos cinquenta quilómetros alentejanos.

No meio de enormes talhas de muito bom barro cheias de muito boa pinga alentejana, acabaria por ir reconfortar-se com umas coisinhas muito simples , mas muito boas, que , meu Deus, ele tanto aprecia, na sua também conhecida “Adega do Isaías” .

Um certo dia , muito feliz, ali se deixou fotografar de mão bem apertada com o dono da casa. 

Vão lá ver e aproveitem para petiscar qualquer coisinha.

 

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mandei  isto para o PÚBLICO e o PÚBLICO, "cuidadosamente", não publicou.

 

Dixit!

 

 

 

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