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Um cruzeiro de sonho

 

Não li, ou melhor, não me apeteceu ler a entrevista do professor Manuel Maria Carrilho publicado na "Pública" no dia 8 de Julho. Não aprecio o seu estilo de comportamento, especialmente o evidenciado após ter deixado a governação, julgo que de moto próprio, mas mantinha uma certa reserva na minha apreciação e no meu julgamento não fosse ele ter vindo a exibir, em catadupa, as armas escondidas do seu rico arsenal e as, ainda que empobrecidas mas perigosas, munições do seu bem fornecido paiol.

 

Além disso, tem aquilo a que eu chamo pontaria vesga, isto é, aponta para a frente para acertar no lado, do que eu, um guerreiro convencional, também não gosto. Mas adiante. 

 

Agora vejam-me lá a mim, confiante e desprevenido, ler no Público do dia 10, até ao fim, repito, até ao fim, meia página de um texto de desagravo dum publicista e ex-Director do Teatro Nacional de São Carlos que usa bengala nas épocas estivais e que escolheu, para esta que já vai correndo, uma de cana-da-índia para, como não veladamente insinua e esquecido o menisco, ir vergastar os peraltas que se lhe atravessem no caminho, acabando caninamente por os arrastar pelos fundilhos.

 

E um desses que lhe fez optar por essa tipo de bengala e de mordidela rosnada é precisamente o professor Manuel Maria, como ele afectuosamente o trata. Vejam bem por quem o Teatro Nacional de São Carlos já foi dirigido!

 

Na mesma página aguçam-nos os dentes com ”3 fabulosos cruzeiros, ... e venha desfrutar da nossa gastronomia e da animação como só nós os portugueses sabemos fazer!”

 

 É isso! Por que não um cruzeiro para os dois na mesma cabina que, ainda por cima, tem cofre individual, secador de cabelo, etc., etc.?

 

Queriam maior animação?

 

 

 

 *** no PÚBLICO saiu com o título " Manuel Maria Carrilho e Alfredo Barroso"

 

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